O dia 10 de setembro é oficialmente o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas o movimento acontece ao longo do ano. Atualmente, o Setembro Amarelo® é a maior campanha mundial contra o estigma relacionado ao suicídio. Em 2024, o lema é “Se precisar, peça ajuda!”, e diversas ações estão em andamento.
O suicídio é uma realidade alarmante que afeta o mundo inteiro, trazendo prejuízos sociais e emocionais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, foram registrados mais de 700 mil suicídios globalmente, sem contar os casos subnotificados, o que eleva a estimativa para mais de 1 milhão de ocorrências. No Brasil, os números chegam a aproximadamente 14 mil suicídios por ano, uma média de 38 pessoas por dia.
Embora os índices globais de suicídio estejam diminuindo, as Américas seguem em direção oposta, com taxas que continuam a subir, de acordo com a OMS. Estima-se que quase 100% dos casos de suicídio estejam ligados a transtornos mentais, muitas vezes não diagnosticados ou tratados de forma inadequada. Isso significa que a maioria das mortes poderia ser evitada com o acesso ao tratamento psiquiátrico e à informação de qualidade.
Setembro Amarelo® 2024: Se precisar, peça ajuda! Todos nós devemos participar ativamente da conscientização sobre a importância da vida e da prevenção ao suicídio, um tema que ainda enfrenta muito tabu. Falar abertamente sobre o assunto pode encorajar aqueles que estão em momentos de crise a buscar apoio, mostrando que a vida é sempre a melhor escolha.
Quando uma pessoa está decidida a tirar a própria vida, seus pensamentos, sentimentos e ações se tornam extremamente limitados. Ela passa a focar exclusivamente na ideia do suicídio, sem conseguir enxergar alternativas para enfrentar seus problemas. Esse pensamento rígido é uma consequência da distorção provocada pelo sofrimento emocional intenso.
Informar-se para aprender a reconhecer os sinais e ajudar quem está passando por essa situação é essencial. As pessoas próximas precisam estar atentas, ter uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrar empatia e disponibilidade para ajudar. Mas o mais importante é encaminhar a pessoa a um médico psiquiatra, que saberá como lidar com a situação e, possivelmente, salvar essa vida.
Dados sobre o suicídio O suicídio é um problema grave de saúde pública, com impactos profundos na sociedade. De acordo com a OMS, mais pessoas morrem por suicídio anualmente do que por HIV, malária, câncer de mama, guerras ou homicídios.
Entre jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta principal causa de morte, atrás apenas de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Esse fenômeno é complexo e afeta indivíduos de diferentes idades, sexos, culturas, classes sociais e origens.
Dados divulgados pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, em setembro de 2022, indicam que entre 2016 e 2021 houve um aumento de 49,3% nas taxas de suicídio entre adolescentes de 15 a 19 anos, atingindo 6,6 por 100 mil. Entre adolescentes de 10 a 14 anos, o aumento foi de 45%, com uma taxa de 1,33 por 100 mil.
As taxas de suicídio variam entre países, regiões e gêneros. No Brasil, a taxa é de 12,6 suicídios por 100 mil homens, enquanto entre as mulheres o número é de 5,4 por 100 mil. Nos países de alta renda, a taxa masculina chega a 16,6 por 100 mil. Já as mulheres de países de baixa e média renda apresentam taxas mais altas, com 7,1 suicídios por 100 mil.
Na Europa, as taxas de suicídio têm diminuído, enquanto em países da Ásia Oriental, América Central e América do Sul, esses números vêm crescendo.
Apesar de alguns países terem colocado a prevenção ao suicídio como prioridade em suas agendas, muitos ainda não se comprometem plenamente com essa causa. Atualmente, apenas 38 países possuem uma estratégia nacional de prevenção ao suicídio.