Foto: Carmem Felix/ASSECOM-RN (registrada na formatuda dos novos policiais)
As recentes eleições municipais em Natal revelaram uma falha crítica na gestão da segurança pública no Rio Grande do Norte. A chegada de 1.079 novos policiais formados trouxe esperança de reforço nas unidades policiais dos municípios do interior. No entanto, esses profissionais permanecem em Natal, à espera de uma distribuição que, segundo o Coronel Araújo, Secretário de Segurança, ocorrerá apenas após o pleito eleitoral, em função da necessidade de apoio nas eleições na capital.
Esse atraso não apenas expõe um erro administrativo do Governo do RN e ainda agrava a situação de insegurança já vivida pelas comunidades do interior. As cidades, que lutam diariamente para garantir a proteção de seus cidadãos, tornam-se ainda mais vulneráveis, enquanto os novos policiais aguardam sem o suporte necessário.
A realidade enfrentada por esses profissionais é alarmante. Eles se prepararam para servir em suas comunidades, mas agora se deparam com a falta de apoio financeiro durante a estadia em Natal, além da escassez de armamento, tendo em vista que os mesmos não estão em suas unidades de “origem”, não podendo cautelar armamento. Essa situação não só compromete a segurança da população, mas também afeta a moral dos policiais. Muitos, oriundos de outros estados, se sentem isolados, sem suporte familiar e que já haviam devolvido os imóveis que alugaram na expectativa de serem rapidamente lotados em suas respectivas unidades mais próximas das divisas de seus estados, consequentemente mais próximos de casa.
A proposta de resolução para essa questão deve ser clara: a Secretaria de Segurança precisa priorizar a distribuição desses policiais, especialmente em um momento crítico de insegurança vivido nas outras cidades que dispões de pequenos efetivos para lidar com a criminalidade. O estado deve agir com urgência para alocar esses profissionais em suas respectivas unidades e convocá-los apenas no período da votação, garantindo assim a segurança pública e permitindo que os novos policiais desempenhem suas funções com dignidade e respeito. No cenário atual policiais estão superlotando os batalhões da capital em uma distribuição feita apenas para não evidenciar a lotação inadequada ou a retenção desnecessária na capital.
Esse cenário revela um descaso com o aspecto humano da segurança pública. Entre os 1079 estão mulheres que são mães, filhas e esposa, totalizando 240 novas policiais femininas, que algumas, como seus colegas, são vítimas de uma administração que parece desconsiderar o impacto emocional e social na sua gestão. A falta de organização não apenas desmotiva os policiais, mas também gera descrença em futuras convocações para atividades complementares.
A segurança pública deve ser tratada com a seriedade que a situação exige. O governo estadual não pode permitir que o custo operacional se sobreponha à necessidade de proteger a população e ao direito dos policiais de estarem próximos de suas famílias. Se a administração não tomar medidas eficazes rapidamente, as consequências poderão ser severas tanto para a segurança dos cidadãos quanto para a moral de suas forças policiais. É fundamental reconhecer que a segurança vai além de estratégias e números; ela é, antes de tudo, uma questão humana, que requer respeito, apoio e comprometimento das autoridades.