Investigação busca rastrear desvios revelados pela Operação Sem Desconto, que já apontou fraudes em benefícios previdenciários
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aprovou, nesta quinta-feira (11), a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático, além de pedidos de informações, de cerca de 400 suspeitos de envolvimento em um esquema de cobrança ilegal de mensalidades de aposentados e pensionistas.
Composta por 16 deputados federais e 16 senadores, a comissão também solicitou registros de entrada e saída de investigados em órgãos públicos. O objetivo é aprofundar as apurações sobre irregularidades já apontadas em relatórios do INSS, da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), no âmbito da Operação Sem Desconto, iniciada em abril.
Entre os alvos estão os empresários Antonio Carlos Camilo Antunes e Maurício Camisoti, além do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Na semana anterior, a CPMI já havia aprovado pedidos de prisão contra os três e outros 18 investigados.
O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que a medida busca rastrear o dinheiro desviado da Previdência, envolvendo associações, empresas e sócios suspeitos de participação no esquema.
Após as aprovações, a CPMI ouviu o depoimento de Ahmed Mohamad Oliveira, que presidiu o INSS de novembro de 2021 a março de 2022 e depois chefiou o Ministério da Previdência até o fim do governo Jair Bolsonaro. Ele declarou que a autarquia não tem condições de fiscalizar todos os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) firmados com outras organizações e disse ter tomado conhecimento das irregularidades apenas quando assumiu o comando do instituto.