Foto: Lorena Veríssimo / Câmara Municipal de Natal
Uma pesquisa divulgada pelo Instituto DataVero, em parceria com a rádio 98 FM, revelou que 42,4% dos eleitores natalenses ainda não decidiram ou preferiram não declarar seus votos para vereador, enquanto 12,6% afirmaram que não votarão em nenhum candidato. Somados, esses números indicam que 55% dos entrevistados estão distantes do processo eleitoral, o que à primeira vista pode parecer uma forte evidência de desilusão com a política. No entanto, esse cenário pode ser interpretado de outra forma, revelando um momento de oportunidades para a renovação política.
Ao aplicarmos esse percentual à população votante de Natal, que hoje conta com 575.629 votos, chegamos ao impressionante número de aproximadamente 316.596 pessoas que estão indecisas ou propensas a não votar. Embora seja um dado expressivo e, de certo modo, alarmante, ele também pode ser visto como um reflexo da alta expectativa da população por uma mudança real. O desinteresse aparente pode, na verdade, ser um convite para os candidatos, desafiando-os a apresentar propostas mais concretas, inovadoras e, acima de tudo, próximas às reais necessidades dos participantes.
É verdade que o desencanto com a política em Natal se agravou nos últimos anos, impulsionado por promessas não cumpridas e pela falta de políticas públicas que fazem diferença no cotidiano das pessoas. No entanto, a presença de um grande contingente de indecisos também evidencia que o eleitor natalense ainda está aberto ao diálogo e à possibilidade de transformação. Não se trata de uma exclusão total ao sistema, mas de uma espera crítica por candidatos que realmente se conectam com suas demandas e trazem soluções práticas para os problemas locais.
A pesquisa não revela apenas a insatisfação, como também aponta para a existência de um enorme contingente de participantes que, ao contrário de estarem completamente desconectados, estão em busca de algo novo. Para os candidatos, isso significa que há um espaço específico para conquistar a confiança desses candidatos ao longo da campanha.
Portanto, embora a apatia e a revolta de muitos eleitores sejam inegáveis, esta situação oferece, por outro lado, uma janela de oportunidade para aqueles que desejam reformular suas abordagens. A eleição de 2024 em Natal não precisa ser apenas mais um ciclo de frustração. Se bem conduzido, com diálogo, transparência e propostas concretas, pode ser o momento de reconectar a população com a política e reverter essa tendência de desconfiança.
Por Daniel Morais / ContrapontoRN.com
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