O ex-presidente Jair Bolsonaro, internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, após uma cirurgia de desobstrução intestinal e reconstrução da parede abdominal, voltou a se manifestar publicamente. A operação foi mais uma das diversas intervenções cirúrgicas às quais ele foi submetido desde o atentado a faca sofrido durante a campanha presidencial de 2018 — essa sendo a sexta na região abdominal.
Mesmo debilitado, Bolsonaro utilizou suas redes sociais para agradecer as inúmeras manifestações de apoio e solidariedade vindas do exterior. Ele destacou mensagens recebidas de ex-presidentes de países aliados, parlamentares norte-americanos e europeus, jornalistas estrangeiros e ministros das Relações Exteriores, reforçando que tais gestos “têm sido um alento em meio ao momento difícil”.
“Mesmo na UTI, onde tudo chega com atraso, as notícias não deixam de chegar. E o que se ouve, dia após dia, é o mesmo: um país sendo entregue, pouco a pouco, à inversão de valores, ao autoritarismo e ao escárnio internacional”, declarou.
Bolsonaro também aproveitou o momento para fazer duras críticas à atual condução política e judiciária do país. Segundo ele, “condenados por corrupção agora são tratados como perseguidos políticos e acolhidos com honrarias pelo governo”, fazendo referência indireta ao uso do asilo político e ao recente caso da liberação de um traficante internacional.
O ex-presidente também criticou a atuação do ministro do STF Alexandre de Moraes e denunciou o que chamou de “criminalização absurda da opinião”, apontando que países como Estados Unidos, Espanha e Argentina já estariam reconhecendo a existência de motivações políticas por trás de decisões judiciais brasileiras.
“Infelizmente, a imagem do Brasil no exterior está sendo dilacerada por quem deveria defendê-la”, afirmou Bolsonaro. “A nossa justiça não pode continuar sendo usada como instrumento de vingança de acordo com os caprichos e vontades de um único homem.”
Para ele, esse cenário gera insegurança jurídica, instabilidade e afeta diretamente a credibilidade do país perante o mundo. Apesar das críticas, Bolsonaro se mostrou confiante no futuro: “O Brasil merece mais. E vai se levantar.”
A manifestação reacendeu debates sobre liberdade de expressão, governança e o papel das instituições brasileiras, além de ampliar o olhar internacional sobre o cenário político e jurídico do país. Enquanto se recupera, o ex-presidente mantém contato com seus aliados e reforça seu compromisso com o que chama de “defesa da democracia e dos valores brasileiros”
