Brasil na mira dos EUA: relatório cita oito barreiras comerciais

Porto de Natal Foto: Daniel Morais/ContrapontoRN.com

O relatório anual do governo norte-americano aponta entraves no comércio bilateral, destacando tarifas elevadas, restrições a importações e exigências regulatórias que impactam exportadores dos EUA.

O Brasil foi incluído no relatório anual do governo dos Estados Unidos sobre barreiras comerciais, com a acusação de adotar políticas protecionistas que dificultam a entrada de produtos norte-americanos. O documento, divulgado nesta segunda-feira (31) pelo Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), lista oito principais entraves ao comércio bilateral e menciona que as barreiras impostas pelo Brasil resultam em prejuízos estimados em US$ 8 bilhões para exportadores dos EUA.

Entre os pontos citados, destacam-se as tarifas elevadas para diversos setores, incluindo automóveis, eletrônicos e bebidas alcoólicas. O relatório aponta que o Brasil tem uma média tarifária de 11,2%, chegando a 35% em alguns casos dentro do Mercosul. Além disso, restrições a produtos remanufaturados e exigências burocráticas para importações são classificadas como obstáculos significativos.

Outro ponto crítico mencionado pelo relatório é a taxação de 18% sobre o etanol importado, que, segundo os EUA, levou a uma queda de 32% nas exportações do produto para o Brasil desde 2022. Além disso, as tarifas sobre bebidas alcoólicas, como cachaça e whisky, e a cobrança de taxas mais altas para publicidade e filmes estrangeiros foram destacadas como exemplos de políticas desfavoráveis aos produtos norte-americanos.

As críticas também abrangem barreiras técnicas e sanitárias, como a exclusão de produtores estrangeiros do mercado de créditos de carbono no Brasil e a manutenção da proibição de importação de carne suína dos EUA. No setor digital, restrições da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e uma possível taxação de plataformas digitais são apontadas como fatores que geram incertezas para empresas estrangeiras.

O Brasil aparece como o sétimo país mais citado no relatório, ficando atrás de China, União Europeia, Índia, México, Canadá e Japão. O impacto estimado das barreiras brasileiras nas exportações dos EUA coloca o país na mira de possíveis retaliações comerciais. O embaixador e representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, reiterou que o governo norte-americano pode adotar medidas tarifárias para proteger seus exportadores, alinhando-se à política defendida pelo presidente Donald Trump.

Além do Brasil, o relatório do USTR também menciona barreiras impostas por outros países, como a China, que mantém subsídios industriais e restrições a dados digitais, e a União Europeia, que adota regulamentações rígidas sobre transgênicos. A publicação reforça a preocupação dos EUA com políticas comerciais que, segundo o documento, afetam a competitividade dos produtos norte-americanos no mercado global.

Com essas novas críticas ao Brasil, as tensões comerciais entre os dois países podem se intensificar nos próximos meses, especialmente se Washington decidir ampliar as tarifas sobre produtos brasileiros em resposta às barreiras identificadas.

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