Foto: Walmir Barreto/Agência Senado
Lista de investigados inclui ex-presidente do INSS e líderes de esquema que teria desviado R$ 6,3 bilhões por meio de fraudes em benefícios e empréstimos consignados.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou, nesta terça-feira (2), o encaminhamento de um pedido de prisão preventiva de 21 investigados por envolvimento em fraudes que teriam causado prejuízos bilionários aos cofres da Previdência Social. O requerimento foi endereçado ao ministro André Mendonça, relator da matéria no Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre os nomes citados estão o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e Márcio Alaor de Araújo, apelidado de “Papa Consignado”.
O pedido foi apresentado pelo relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), logo após o depoimento do advogado Eli Cohen. No documento, o parlamentar aponta risco à ordem pública, à instrução criminal e à aplicação da lei penal como fundamentos para a medida cautelar.
Esquema de fraudes
As investigações indicam que o grupo teria movimentado mais de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2025, por meio de descontos indevidos em benefícios previdenciários, empréstimos consignados com taxas abusivas e operações de crédito realizadas sem a autorização dos segurados.
De acordo com o depoimento de Eli Cohen, o esquema funcionava por meio de associações de fachada e empresas de telemarketing. Entre as entidades citadas estão a Total Health Group (THG), Ambec, Unsbras e Cebap. Apenas a Ambec teria arrecadado cerca de R$ 20 milhões por mês de forma irregular, atingindo mais de 500 mil associados.
Os nomes citados
Além de Stefanutto, Careca do INSS e Papa Consignado, constam na lista:
- Andre Paulo Felix Fidelis
- Eric Douglas Martins Fidelis
- Cecilia Rodrigues Mota
- Virgilio Antonio Ribeiro de Oliveira Filho
- Thaisa Hoffmann Jonasson
- Maria Paula Xavier da Fonseca Oliveira
- Alexandre Guimarães
- Rubens Oliveira Costa
- Romeu Carvalho Antunes
- Domingos Savio de Castro
- Milton Salvador de Almeida Junior
- Adelinon Rodrigues Junior
- Geovani Batista Spiecker
- Reinaldo Carlos Barroso de Almeida
- Vanderlei Barbosa dos Santos
- Jucimar Fonseca da Silva
- Philipe Roters Coutinho
- Mauricio Camisotti
Com a aprovação do requerimento, caberá ao STF analisar os autos e decidir se decreta ou não a prisão preventiva dos investigados. A Advocacia do Senado será responsável por formalizar o pedido.
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), também defendeu o bloqueio de bens das entidades envolvidas e não descartou novas convocações, incluindo ex-ministros da Previdência Social.