A prática regular de exercícios é uma parte essencial de um estilo de vida saudável, especialmente à medida que envelhecemos. Diretrizes de saúde recomendam pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade intensa por semana para adultos, incluindo aqueles com 65 anos ou mais. Entretanto, muitos indivíduos ativos superam essas recomendações, dedicando-se a corridas diárias, treinos na academia e atividades recreativas, como tênis e caminhadas.
À medida que o corpo envelhece, a incidência de lesões musculares, nas articulações e tendões aumenta, resultante de uma diminuição natural na massa muscular e flexibilidade. Além disso, a prevalência de doenças cardiovasculares cresce com a idade. A cardiologista Meagan Wasfy, do Hospital Geral de Massachusetts, afiliado à Universidade de Harvard, ressalta que o exercício regular é fundamental para a saúde do coração e a longevidade. “A atividade física tem um impacto profundo na saúde cardiovascular”, afirma Wasfy, acrescentando que alguns indivíduos conseguem manter altos níveis de atividade física mesmo após os 60 anos, graças a uma combinação de bons hábitos e genética favorável.
No entanto, a especialista alerta que não é necessariamente verdade que mais exercício sempre resulta em melhores resultados. Os benefícios mais significativos são observados quando uma pessoa sedentária inicia uma rotina de exercícios regulares. Embora um aumento na intensidade e duração traga vantagens adicionais, esses benefícios são limitados a um certo ponto.
Um estudo abrangente, que acompanhou mais de 660 mil pessoas ao longo de 14 anos, revelou que mesmo aqueles que se exercitam menos do que o recomendado têm uma redução de 20% no risco de morte em comparação com os inativos. Aqueles que dobraram a quantidade mínima de exercício viram uma redução de 31% no risco, e aqueles que se exercitaram entre três a cinco vezes mais que o mínimo apresentaram uma diminuição de 39%. O estudo não encontrou evidências de que exercícios em níveis excessivos, como dez vezes a quantidade mínima, causem desvantagens significativas.
Benefícios além da saúde cardiovascular
Wasfy também destaca que, além dos efeitos positivos sobre o coração, o exercício ajuda na manutenção do peso e na redução do estresse, especialmente quando praticado em grupo. “Manter uma rotina ativa pode ser seguro para a saúde cardiovascular, mesmo à medida que você envelhece”, observa.
No entanto, a cardiologista recomenda cautela. “Só porque você se exercita regularmente não significa que está livre de problemas cardíacos”, diz Wasfy. Ela sugere a realização de check-ups regulares para monitorar fatores de risco, como pressão alta e níveis de colesterol. “Às vezes, médicos podem negligenciar o tratamento de riscos em pacientes que parecem saudáveis, mas é crucial monitorar esses fatores”, alerta.
Wasfy também recomenda cuidado com a alimentação. Apesar de indivíduos ativos terem mais liberdade calórica devido aos treinos, é fundamental seguir uma dieta equilibrada. “É importante evitar alimentos que contribuem para a aterosclerose, como gorduras saturadas e carboidratos processados”, enfatiza. Uma alimentação rica em frutas, vegetais e grãos integrais deve ser priorizada.
Finalmente, a especialista sugere que atletas atentos aos seus corpos estão mais propensos a perceber mudanças sutis em seu desempenho. “Uma diminuição na capacidade de exercício sem explicação pode ser um sinal de alerta”, afirma. Monitorar esses sintomas é essencial, pois pode indicar problemas subjacentes, como aterosclerose ou distúrbios do ritmo cardíaco.
Ao seguir essas orientações, quem pratica exercícios pode maximizar os benefícios da atividade física, garantindo uma vida longa e saudável.
Fonte: https://www.msn.com/