Greve dos bancários não afeta políticos que seguem em campanha pelo Brasil

Nesta segunda-feira (09), os bancários das agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal entraram em greve por tempo indeterminado, após a rejeição da proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Enquanto os bancos privados continuam funcionando normalmente, o movimento nas instituições públicas gera transtornos significativos para a população, que depende dos serviços bancários tradicionais para realizar diversas transações financeiras.

A greve foi motivada pelo descontentamento da categoria com o reajuste salarial de 4,64% para 2024, o que representa apenas 0,7% acima da inflação. O sindicato aponta que a proposta não cobre as perdas inflacionárias nem recupera o poder de compra dos bancários. O reajuste nos pisos salariais de 15% também foi considerado insuficiente pela categoria. Para 2025, a proposta de 0,6% acima da inflação foi igualmente rechaçada, sendo classificada como “completamente inaceitável” por Eduardo Xavier, coordenador geral do sindicato.

Enquanto a greve afeta diretamente a vida dos cidadãos que precisam acessar serviços bancários físicos, como saques, depósitos e pagamento de boletos, os políticos e candidatos em campanha praticamente não sentem o impacto. Isso se deve ao fato de que, atualmente, a maior parte das transações bancárias pode ser realizada de forma eletrônica, o que minimiza a necessidade de ida às agências. A tecnologia financeira avançada permite que candidatos mantenham suas campanhas em funcionamento sem grandes interrupções, uma vez que seus compromissos financeiros podem ser honrados através de transferências digitais.

Além disso, a Justiça Eleitoral não considera a greve bancária como justificativa válida para a não realização de pagamentos de despesas de campanha. De acordo com a ementa de recurso eleitoral, mesmo em casos de greve, os candidatos são obrigados a realizar os pagamentos devidos por meio das contas específicas de campanha. A falta de cumprimento dessas normas pode resultar na desaprovação das contas de campanha, sem que a paralisação bancária seja aceita como uma justificativa legítima.

Esse contexto evidencia que, enquanto os políticos continuam suas campanhas sem grandes obstáculos, a população é quem sofre as maiores consequências da paralisação dos bancários. Muitos dos candidatos, já imersos em suas agendas eleitorais, demonstram pouco interesse em discutir ou apoiar a pauta legítima dos trabalhadores do setor bancário, gerando um cenário de desgaste social.

A greve, portanto, tem impacto direto e negativo para os cidadãos comuns, especialmente aqueles que dependem dos serviços bancários presenciais e não possuem acesso facilitado às soluções digitais. Enquanto isso, os políticos seguem suas campanhas sem grandes preocupações, mostrando mais uma vez o distanciamento entre suas realidades e as dificuldades enfrentadas pela população.

Redação

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