Nos últimos 12 anos o aumento foi de 162% e a tendência é continuar, diz matéria da exame
Foto: Leandro Fonseca / exame.com
Em 2024, os preços dos alimentos aumentaram 7,69%, ultrapassando a inflação oficial do país, que fechou o ano em 4,83%, segundo dados do IPCA do IBGE. O impacto no bolso dos brasileiros foi ainda mais significativo em produtos como frutas e hortaliças, que registraram altas acumuladas de 299% e 246% nos últimos 12 anos, enquanto a inflação geral no período foi de 109%.
Um dos fatores determinantes para essa escalada de preços é a queda na produtividade agropecuária, intensificada pelas mudanças climáticas. De acordo com especialistas, a produtividade total dos fatores (PTF) no setor de alimentos caiu 20% globalmente, refletindo diretamente na oferta. No Brasil, essa retração foi de 1,5 ponto percentual entre 2012 e 2021, comprometendo a produção em diversas regiões afetadas por secas e outros fenômenos climáticos.
Além disso, a redução da área plantada de alimentos básicos também pesa na conta. Enquanto a soja e o milho – principais commodities de exportação – tiveram aumento de área cultivada nos últimos anos, o arroz teve uma queda expressiva, passando de 2,8 milhões de hectares em 2010 para apenas 1,6 milhão em 2024.
Diante desse cenário, o governo federal tem adotado medidas emergenciais para tentar conter a inflação dos alimentos. Entre as ações, está a isenção de impostos para importação de alguns produtos e um decreto presidencial que facilita o comércio interno de leite, mel e ovos. Especialistas defendem que, além dessas iniciativas, é fundamental garantir incentivos à produção de alimentos essenciais para o consumo interno, equilibrando exportação e segurança alimentar.
Fonte: exame.com