Polícia Federal estima prejuízo de R$ 6,3 bilhões com descontos indevidos em benefícios; Justiça afasta Alessandro Stefanutto da presidência do INSS
Milhares de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foram vítimas de um amplo esquema de fraudes envolvendo descontos indevidos em seus benefícios. A investigação da Polícia Federal aponta que o prejuízo causado aos segurados ultrapassa R$ 6,3 bilhões, em um dos maiores golpes já registrados contra beneficiários da Previdência Social.
Diante da gravidade dos fatos, a Justiça determinou o afastamento do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. A decisão foi tomada após a deflagração da Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), nesta quarta-feira (23).
A operação visa desmantelar uma quadrilha que operava em nível nacional aplicando descontos associativos não autorizados diretamente nos benefícios de aposentadorias e pensões. Segundo os investigadores, o esquema envolvia a inserção indevida de filiações a entidades associativas nos sistemas do INSS, sem o conhecimento ou consentimento dos segurados.
Os valores eram descontados mensalmente, em muitos casos por longos períodos, o que causou graves prejuízos financeiros aos beneficiários, muitos dos quais em situação de vulnerabilidade. Relatos apontam que os descontos chegavam a comprometer significativamente a renda mensal de aposentados, dificultando o acesso a itens básicos como medicamentos e alimentação.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, levou o caso diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião no Palácio da Alvorada, ressaltando a dimensão e a complexidade da fraude.
A investigação segue em andamento, e novas medidas judiciais não estão descartadas. Enquanto isso, o afastamento de Stefanutto abre espaço para mudanças na condução do INSS e para uma resposta mais firme no combate a esse tipo de crime que afeta diretamente milhões de brasileiros.