Licitação do Transporte Público de Natal: Uma Execução Lenta e Cheia de Falhas

A licitação do transporte público de Natal tem se mostrado um verdadeiro imbróglio administrativo, carregado de falhas, burocracia excessiva e entraves que retardam soluções para um problema crônico da cidade. Nunca se viu um processo tão demorado e ineficaz na tentativa de organizar um serviço essencial para milhares de trabalhadores e estudantes que dependem do transporte coletivo diariamente.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN) apontou diversas falhas no edital da licitação e recomendou sua revisão antes da publicação. Entre os principais problemas estão o prazo excessivamente longo da concessão, que pode chegar a 20 anos, a falta de previsão para transição à eletromobilidade e a ausência de integração intermodal com o VLT e outros meios de transporte. Esses fatores demonstram a falta de planejamento adequado e tornam o edital ainda mais vulnerável a questionamentos, adiando ainda mais sua conclusão.

Outro ponto crítico é a estimativa de demanda do serviço, que não foi adequadamente planejada. Sem uma previsão realista da quantidade de passageiros e da estrutura necessária para atendê-los, o risco é que se perpetuem os problemas já existentes, como superlotação, demora nas viagens e tarifas elevadas. É um contrassenso exigir concessões de longuíssima duração sem sequer garantir que o serviço será compatível com as mudanças tecnológicas e urbanísticas dos próximos anos.

As exigências excessivas e os sucessivos atrasos na publicação do edital só contribuem para a incerteza e a precariedade do sistema atual. Com um transporte deficiente, a população segue refém de um serviço que não atende às suas necessidades, prejudicando não apenas a mobilidade, mas também a economia da cidade, ao dificultar o deslocamento dos trabalhadores.

A atual gestão municipal precisa agir com urgência para resolver essa questão, priorizando a eficácia do serviço e não apenas interesses burocráticos. É inadmissível que Natal continue sem uma solução definitiva para seu transporte público enquanto milhares de cidadãos sofrem com um sistema precário e obsoleto. A prefeitura tem o dever de acelerar o processo e garantir um transporte digno e eficiente para todos. O tempo de desculpas e adiamentos acabou.

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