Nordeste impulsiona a transição energética: 98% da energia do RN vem de fontes renováveis

Com 98% da energia gerada no Rio Grande do Norte vinda de fontes limpas, o Nordeste se destaca como potência na produção de hidrogênio verde, essencial para reduzir 52% das emissões da indústria e impulsionar a economia sustentável.

Foto Cícero Oliveira – AgecomUFRN

O Nordeste brasileiro tem se consolidado como um dos principais polos na geração de energias renováveis, impulsionando a transição energética do país. Atualmente, 98% da energia gerada no Rio Grande do Norte provém de fontes limpas, com destaque para a energia eólica. A crescente busca por soluções sustentáveis tem levado pesquisadores a estudar a viabilidade da produção de hidrogênio verde na região, como demonstrado na pesquisa “Estimativa da Produção de Hidrogênio Verde por Meio da Análise da Energia Eólica Usando Variáveis Atmosféricas”, conduzida por Amanda Ferreira Sampaio, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Climáticas da UFRN.

A PROMESSA DO HIDROGÊNIO VERDE

O hidrogênio verde é produzido por meio da eletrólise da água, um processo que utiliza eletricidade gerada por fontes renováveis para separar os átomos de hidrogênio e oxigênio, sem emissões de carbono. Essa tecnologia tem o potencial de transformar a matriz energética global, reduzindo significativamente a dependência de combustíveis fósseis e auxiliando na descarbonização de setores como a indústria metalúrgica e cimenteira, responsáveis por 52% das emissões globais desse setor.

Segundo a pesquisadora Amanda Sampaio, o Nordeste brasileiro apresenta condições climáticas ideais para a geração de hidrogênio verde, com destaque para as cidades de Fortaleza (CE) e São Luís (MA). O estudo utilizou modelos estatísticos, como a distribuição de Weibull, para estimar a capacidade de geração de energia eólica e sua conversão em hidrogênio verde. Fortaleza registrou a maior potência média gerada, com 5,98 MW/mês, e uma produção estimada de 125,60 kg/mês de hidrogênio verde.

DESAFIOS E OPORTUNIDADES

Apesar do grande potencial, a produção de hidrogênio verde no Brasil ainda enfrenta desafios regulatórios, tecnológicos e econômicos. A falta de um marco regulatório claro pode inibir investimentos, enquanto os altos custos da eletrólise e as dificuldades no transporte e armazenamento do hidrogênio são entraves a serem superados. No entanto, com o crescente interesse internacional, especialmente da Europa, e os investimentos anunciados na região, que já somam R$ 188,7 bilhões, o Brasil tem a chance de se tornar um líder global na produção e exportação desse combustível.

Foto: Divulgação/EDP Brasil Foto Cícero Oliveira – AgecomUFRN

HIDROGÊNIO VERDE E OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A produção de hidrogênio verde está diretamente alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente ao ODS 7 (Energia Limpa e Acessível) e ao ODS 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima). Em 2024, duas medidas importantes foram implementadas para fortalecer a transição energética: o Marco Legal do Hidrogênio de Baixo Carbono (Lei nº 14.948/24) e o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC), que prevê incentivos de até R$ 18,3 bilhões entre 2028 e 2032.

SUSTENTABILIDADE E FUTO

A pesquisa de Amanda Sampaio reforça a necessidade de investimentos em infraestrutura, inovação tecnológica e regulação para viabilizar a produção de hidrogênio verde em larga escala. A pesquisadora destaca que a garantia de que toda a cadeia produtiva utilize fontes renováveis é essencial para que o hidrogênio verde cumpra seu papel na transição energética global sem gerar novos desafios ambientais.

Os temas abordados no estudo farão parte das discussões da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), que será realizada no Brasil, em Belém (PA), entre os dias 10 e 21 de novembro. Com a crescente demanda por soluções sustentáveis, o hidrogênio verde desponta como uma alternativa promissora para um futuro mais limpo e eficiente energeticamente.

Fonte: https://www.ufrn.br/

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