O crescimento da violência urbana no Rio Grande do Norte tem se tornado um desafio cada vez mais complexo para as forças de segurança do estado. A presença do Comando Vermelho, uma das maiores facções criminosas do país, vem se intensificando em Natal e municípios vizinhos, trazendo consigo um arsenal de guerra que supera, em muitos casos, o armamento disponível para os policiais potiguares.
Na noite da última segunda-feira (24), uma operação conjunta entre agentes do Comando de Policiamento de Trânsito (CPRE), do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) e do 5º Batalhão resultou na prisão de três suspeitos durante uma barreira de fiscalização em Pium, na cidade de Parnamirim. Os homens estavam em um veículo modelo Siena de cor branca e, durante a vistoria, os policiais encontraram um fuzil T4 e duas pistolas. A apreensão ocorreu minutos depois de um atentado em Ponta Negra, onde um homem foi baleado e socorrido.
A suspeita é de que os detidos tenham ligação direta com o crime organizado, mais especificamente com o Comando Vermelho, que tem expandido sua influência no RN. Fontes policiais afirmam que a facção vem importando armas de grosso calibre, aumentando seu poder de fogo e gerando um cenário de insegurança para a população e para os próprios agentes de segurança.
Policiais em Desvantagem
A disparidade de armamento entre criminosos e policiais potiguares preocupa especialistas em segurança pública. Enquanto facções têm acesso a fuzis de alta precisão, metralhadoras e até explosivos, grande parte dos policiais do estado ainda utiliza pistolas e espingardas de calibres inferiores. Tropas especializadas, como o BPChoque, possuem um arsenal mais avançado, mas o contingente equipado com armas de alto impacto ainda é reduzido.
A necessidade de modernização do equipamento policial é evidente. Com a chegada de grupos criminosos organizados e bem armados ao RN, a estratégia das forças de segurança precisa acompanhar essa evolução, garantindo aos policiais condições adequadas para combater a criminalidade de forma eficaz e segura.
O Crescimento da Criminalidade Organizada no RN
Nos últimos anos, o Rio Grande do Norte tem se tornado um território estratégico para o tráfico de drogas e outras atividades ilícitas. A localização privilegiada do estado, com portos e rodovias que facilitam o escoamento de entorpecentes, tem atraído facções criminosas de outros estados, especialmente do Sudeste. O Comando Vermelho, originário do Rio de Janeiro, já atua fortemente no estado e tem rivalizado com outras organizações, gerando uma escalada de violência.
Os recentes atentados e apreensões de armamentos são indícios claros de que essa guerra pelo controle do tráfico não dá sinais de trégua. Em meio a esse cenário, a sociedade potiguar assiste preocupada ao avanço do crime e aguarda medidas mais efetivas do poder público para reforçar a segurança e conter o avanço das facções.
Enquanto isso, policiais continuam arriscando suas vidas, muitas vezes com equipamentos inferiores aos dos criminosos que enfrentam. O combate à criminalidade exige investimento, estratégia e, acima de tudo, suporte adequado para aqueles que estão na linha de frente dessa batalha.
