João Pessoa – A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (13/3), a Operação Flying Dutchman, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa transnacional especializada em crimes contra o sistema financeiro, incluindo fraudes com criptoativos, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. A ação foi realizada em conjunto com o Ministério Público Federal e resultou em apreensões em diversos estados, incluindo a Paraíba.
As investigações apontam que o grupo movimentou valores superiores a R$ 4,1 bilhões nos últimos anos, utilizando um esquema sofisticado de ocultamento patrimonial. Para isso, os criminosos empregavam empresas de fachada e “laranjas” para disfarçar a origem e o destino dos recursos financeiros. A corretora envolvida no esquema estava sediada em um paraíso fiscal no Caribe e operava sem qualquer representação legal no Brasil.
Na Paraíba, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na capital, João Pessoa. Além disso, a operação teve desdobramentos em outras cidades do Nordeste, como Natal (RN), Recife (PE), Cabo de Santo Agostinho (PE) e Caruaru (PE). Durante as diligências, foram apreendidos documentos, dispositivos eletrônicos e ativos financeiros, além do sequestro judicial de R$ 500 milhões para impedir a continuidade das atividades criminosas e garantir o ressarcimento dos prejuízos causados às vítimas.
Os investigados responderão pelos crimes de evasão de divisas, operação de câmbio não autorizada e lavagem de dinheiro.
O nome da operação, Flying Dutchman, faz referência à lenda do Holandês Voador, um navio fantasma condenado a vagar eternamente sem jamais poder atracar. A escolha do nome reflete o modus operandi da organização criminosa, que usava estruturas societárias em paraísos fiscais no Caribe para movimentar ilicitamente recursos oriundos de crimes financeiros em diversos países, incluindo o Brasil.
A Polícia Federal continua as investigações para identificar outros envolvidos no esquema e garantir que os responsáveis sejam levados à justiça.