Foto: 98fmnatal
Na tarde desta sexta-feira (16), estudantes e movimentos sociais tomaram as ruas de Natal para protestar contra o reajuste na tarifa de ônibus, aprovado no final do ano passado e em vigor desde o dia 29 de dezembro. A manifestação, que começou às 15h em frente ao Palácio Felipe Camarão, na Cidade Alta, e terminou na sede da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU), chamou a atenção não apenas para o impacto financeiro do aumento, mas também para um compromisso político que ainda não foi cumprido.
Com o novo reajuste, as tarifas foram fixadas em R$ 4,30 para a passagem inteira e R$ 2,15 para a meia passagem em linhas de bairro, enquanto a tarifa social e estudantil foram estabelecidas em R$ 2,45 para pagamento via cartão. Segundo a STTU, o aumento reflete a recomposição anual dos custos operacionais, com a tarifa técnica sendo calculada em R$ 5,15 – diferença que seria subsidiada pelo município.
O reajuste foi amplamente criticado pela população, especialmente por estudantes e trabalhadores, que enfrentam dificuldades financeiras crescentes. Durante o protesto, os manifestantes jogaram tinta rosa na fachada do prédio da STTU, encerrando o ato por volta das 16h50, sem registro de incidentes ou confrontos.
A polêmica em torno do transporte público em Natal remonta à campanha eleitoral do então prefeito Paulinho Freire. Na época, Freire foi duramente questionado sobre a necessidade de uma Licitação para os Transportes Públicos, processo que visava promover maior transparência, concorrência e melhoria nos serviços. Em resposta, o prefeito se comprometeu publicamente a resolver a questão, garantindo que as tarifas e a qualidade do serviço seriam ajustadas às necessidades da população.
No entanto, pouco mais de um ano após assumir o mandato, a falta de avanços no processo de licitação e o reajuste tarifário têm gerado críticas e descontentamento popular. O aumento das passagens foi visto por muitos como um reflexo da ausência de soluções estruturais prometidas durante a campanha.
A gestão do transporte público é um dos principais desafios enfrentados pelas administrações municipais, e o caso de Natal ilustra como a falta de ação em áreas sensíveis pode rapidamente se tornar um ponto de atrito entre gestores públicos e a população.
O protesto desta sexta-feira deixa claro que a questão da tarifa de ônibus não se limita a um simples reajuste, mas está inserida em um contexto mais amplo de insatisfação com a gestão do transporte público na cidade.
Com a repercussão negativa, as atenções agora se voltam para as próximas ações da Prefeitura e da STTU, que precisarão demonstrar compromisso em resolver os problemas do sistema de transporte e reconquistar a confiança dos usuários, especialmente à luz das promessas feitas durante a campanha.

Foto: TV Ponta Negra