Foto: Folha de São Paulo
Decisão obriga ministros e filiados a deixarem cargos até 30 de setembro, sob pena de expulsão, e aumenta pressão política sobre o Palácio do Planalto
A federação União Progressista, composta pelos partidos União Brasil e Progressistas (PP), anunciou nesta terça-feira (2) a decisão de deixar oficialmente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A determinação prevê que todos os filiados que ocupam mandatos ou cargos no Executivo deixem suas funções até 30 de setembro, sob risco de expulsão das legendas.
A medida atinge diretamente os ministros André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo), ambos deputados federais licenciados por seus partidos. Eles deverão renunciar aos postos conforme a resolução da cúpula partidária.
Além do desembarque, União Brasil e PP também confirmaram apoio a uma proposta de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), reforçando a aproximação com a base bolsonarista e marcando posição em um momento de acirramento político no Congresso.
A saída dos dois partidos representa uma nova baixa na base governista, dificultando a articulação política do Planalto em votações importantes. Embora parte das indicações ligadas a figuras como Arthur Lira e Davi Alcolumbre possam permanecer em cargos estratégicos, o movimento é interpretado como um gesto de alinhamento definitivo ao campo oposicionista.
Integrantes do governo reconheceram o impacto da decisão, mas ressaltaram que aqueles que permanecerem devem demonstrar lealdade ao presidente Lula e às pautas prioritárias do Executivo, como justiça tributária e fortalecimento da democracia.
Com a ruptura oficializada, o cenário político em Brasília entra em uma nova fase de instabilidade, com a base governista ainda mais reduzida e a oposição fortalecida, especialmente em torno da narrativa da anistia a Bolsonaro.